Faz um ano que a entrevista foi concedida ao Hard Talk, que possui um grande entrevistador, Stephen Sackur, que é um chato mesmo. No Brasil, possivelmente teria sua carteirinha de jornalista cassada. Isso porque faz o que simplesmente um entrevistador da sua área, de política, deveria fazer. Isto é, fazer, no processo do diálogo, protuberar o "não-dito", espremer as palavras do interlocutor-autoridade de modo que saiam da boca deste aquelas sobre si, que muita gente já pronunciou pelo conhecimento dos meros fatos; quando não se chega a isso, conseguir proporcionar ao telespectador o prazer em ver o entrevistado encuralado, contorcido, bloqueado, desorientado.
No Brasil, o senhor Stephen Sackur seria o rísivel, e sua profissionalidade, o exemplo do que um entrevistador não deveria sanamente fazer. Não seria Stephen Sackur, pois sequer é possível que tal figura exista no nosso país. Mais triste é que ele sequer é radical. NO entanto, o ponto de partida para se considerar alguém como radical no nosso país é apenas o comportamento que não é "politicamente correto". A esfera da sanidade social, no Brasil, gira entorno do apolítico por excelência.
Por isso vale a pena rever a entrevista de FHC, um a mais na lista dos colonizados tornados presidentes, ao Hard Talk. Um tipo de programa que, otimisticamente, só poderei assistir em um canal brasileiro em algum par de décadas.
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